Minha amiga Natália Veillard, enquando saltitávamos por entre as poças d'água por um estacionamento escuro mudado pela obra e irreconhecível desde a última vez, me disse, com voz firme, debaixo do chuvisco: "Amiga, se essa odisséia não entrar no seu blog, eu te mato!" Minutos depois, estávamos chegando ao Norte Shopping, onde estava acontecendo a Expo Noivas e Festas. Mas até chegar lá, foi mesmo uma odisséia.
Sexta feira, dia 21 de setembro, foi um dia quente. Tão quente que toda a água da semana resolveu cair em um dia, atrasando ônibus, lotando taxis, enchendo ruas de água e estações de metrô de pessoas. Mesmo assim, não desisti. Após mudar os planos duas vezes, resolvi andar até a estação de metrô de Botafogo, pois o ônibus que me deixaria no Rio Sul para encontrar Natália, para, de lá, partirmos pro Norte Shopping de 457, não passou. Lembrei da 24 de maio, imaginei que teria um trânsito péssimo, e chegaríamos na hora da Feira fechar. Aí, voltei com a ideia.
"Naty, não me mate, sei que está no Rio Sul, mas pode voltar pra estação do metrô? O 592 não passa, e resolvi ir pra estação de Botafogo a pé, e pensei no trânsito terrível se formos de ônibus, já que choveu e hoje é sexta, então vamos de metrô pro shopping Nova América e de lá a gente parte pro Norte Shopping de táxi, dá cinco minutos entre um shopping e o outro mesmo."
"Putz, Ana. Vou fazer o seguinte, vou pegar o ônibus do metrô e vou para a estação Cardeal Arco Verde (contrária) e pego o metrô descendo, salto na estação de Botafogo e pegamos o da linha 2 pro Nova América".
Ok. 45 minutos depois e "State of Love and Trust" executada umas 10 vezes no player do Smartphone, Naty me manda um torpedo dizendo que conseguiu pegar o ônibus do Rio Sul para a Cardeal Arco Verde. "Desculpe, amiga, o ônibus do metrô não passava. Daqui a uns 10 minutos estou aí." Olhei pro relógio. 19:00h. Isso porque eu largo às 15:00h do trabalho e estava fazendo hora até as 17:00h.
Finalmente achei minha amiga na multidão e partimos num metrô que lotava a cada estação. Neste meio tempo meu noivinho lindo estava partindo pro Norte Shopping por outros meios. E meus amigos Aline e Julio por outro.
Saltamos na estação de Del Castilho e corremos pro banheiro, pois estava apertada desde quando resolvi sair do trabalho, às 17h, pensando: "Vou pro Rio Sul e faço xixi lá.".
"Ok, amiga, agora vamos procurar uma saída deste shopping, pq lá fora tem ponto de Táxi." - Natalia me disse, me deixando mais tranquila por estar mais perto do objetivo.
Rodamos o shopping, que estava em obra. Tentamos sair pelos fundos das Casas Bahia. Fechado.
Tentamos sair por outro lado. Fechado. E cheio de goteiras. E quase me dando crise de claustrofobia.
Finalmente saímos pela saída principal, que dava pra um ponto de Táxi. Mas tinha um problema. Na verdade tinha uma fila. Uma fila de umas 30 pessoas. E a chuva voltando a cair. "Nem morta, vamos tentar sair, pegar um táxi lá fora, sei lá. Mas não dá pra esperar, o Helder e os meus amigos já estão no Shopping."
Resolvemos caminhar para a suposta direçãoo da saída pra a rua. Mas o ambiente estava ficando estranho. Onde deveria ter um muro seguindo para a guarita da saída, parecia ter um novo prédio em contrução.
- "Amiga, nós estamos num labirinto, socorro, onde isso vai dar? acho que a saída é pro outro lado.. deveria ser por aqui, mas.."
E aquele estacionamento escuro e cheio de poças d'água me deixava agoniada. Seguimos adiante pra ver se encontrávamos o portão de saída, quando, de repente, passa um táxi, aparentemente vazio.
"MOÇO!!!!! - gritinho traveco-histérico - Leva a gente, por favor, pro Norte Shopping?"
O motorista de táxi realmente caiu do céu, e eu fiz questão de dizer isto a ele. Logo estávamos no Norte Shopping, com sapato molhado e cabelo idem. "Fica com o troco, moço! - Naty entregou a grana e atravessamos a rua correndo.
Enfim, finalmente chegamos à Feira. Os meninos ficaram num bar, enquanto nós três entramos, felizes como pintos no lixo. O que ganhamos de papelada de fornecedores de todo tipo não estava no gibi. E eu já tinha na ponta da língua as minhas 3 frases para responder aos assédios:
"Já fechei este serviço, obrigada, mas vou indicar para alguém!"
"Vou ter que consultar o noivo!"
"Vou ter que consultar o meu pai!"
♥ Eu e Aline ♥
♥ Naty e Eu ♥
Paramos em frente a uns fornecedores de vestidos de noiva. Aline resolveu experimentar um e ficou divina, debaixo de nossos suspiros e sorrisinhos. Nem ela se aguentou e se emocionou. Cá entre nós, quando uma mulher entra pela primeira vez num vestido de noiva, é algo que... é uma coisa... assim, que não dá pra explicar. Só entrando num mesmo. :)
As meninas falaram tanto pra eu experimentar um, que acabei cedendo, mesmo sabendo que o meu será muito diferente. Mas confesso que amei.
E não é que achei um vestido tomara-que-caiba?!
Então... provamos bolos de diversos recheios, assim como provamos bem-casados e docinhos. Mas a melhor prova não foi essa...
Em um local inusitado, uma faixa grande dizia: "salame de picanha". Com a fome que estávamos, foi lá que paramos, já que não tinha degustação de salgadinhos - bem que seria legal!.- Um rapazinho bem bonitinho nos abordou com a maior paciência e simpatia. Provamos tantas coisas de tábuas de frios, e o que mais amei foi a mussarela de Búfala com alho. Mas o salame de picanha era realmente divino, pq as pessoas inventam essas gordices, hein? Mesa de saladas na festa, ninguém quer, né?!
"Vou rodar mais um pouco até achar o noivo", essa foi a resposta pro loirinho de Caxias do Sul, que perguntou: "não vão levar uns queijos?". Juro que, se eu tivesse na semana do pagamento, eu, seguramente, sairia dali com queijos, com salames e com vinhos. Deixa pra lá. :P
Um lado muito bom é que coleciono agora vários fornecedores de Dia da Noiva, assim que tiver um tempinho irei contatá-los um a um, para fechar o meu próximo item da lista de prioridades....
Foi difícil chegar até lá, mas tudo valeu a pena. Agradeço a paciência do meu noivo Helder e do meu amigo Julio, que me emprestou sua Aline um pouco, assim como a disposição do Rafa, namorado da Naty, em me emprestá-la pra me fazer companhia num momento tão especial e divertido.
Olhei lá no contador. Cheguei na casa dos 200. Ai, que meda..
Um beijo e um queijo.
